Gerenciamento de resíduos orgânicos é uma forma de reaproveitar os alimentos, combatendo o desperdício. Muitos dos alimentos orgânicos que são comercializados em hortifrutis, mercados e varejos após certo tempo viram lixo orgânico que vão parar em aterros e lixões. No entanto, esses resíduos orgânicos não necessariamente perdem seu valor agronômico e têm propriedades importantes para criar fertilizantes, ração animal ou até mesmo energia.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos obriga, por lei, que os responsáveis por atividades agrossilvopastoris1 elaborem planos próprios de gerenciamento de resíduos orgânicos para reaproveitar esses alimentos.
O que são resíduos orgânicos?
Basicamente são restos de animais ou vegetais descartados pela interferência humana. A origem desse descarte pode ser: doméstica, como resto de alimento de casa que vai para o lixo; urbana, como é o caso das podas; agrícola e industrial, além de atividades relacionadas ao saneamento básico.
São materiais que, em ambientes naturais equilibrados, se degradam naturalmente e devolvem para a natureza. Mas quando derivados de atividades humanas, especialmente em ambientes urbanos, podem causar um problema ambiental, pelo grande volume gerado e pelos locais inadequados em que são despejados.
Qual a importância do gerenciamento de resíduos orgânicos?
Despejar os resíduos orgânicos em locais inadequados pode gerar chorume, emissão de metano na atmosfera e favorecer a proliferação de vetores de doenças. É por isso que é tão importante um gerenciamento de resíduos orgânicos adequado, utilizado por instituições e indústrias que possa ser usado a favor da natureza e, consequentemente, dos seres humanos.
Os resíduos orgânicos correspondem a mais de 50% do total de resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil. Somados aos resíduos orgânicos das atividades agrossilvopastoris e industriais, a quantidade vai para 800 milhões de toneladas de resíduos orgânicos por ano!
A melhor forma de gestão é realizar a compostagem e biodigestão. As duas práticas buscam criar condições ideias para que os diversos organismos decompositores presentes na natureza possam degradar e estabilizar os resíduos orgânicos em condições controladas e seguras para a saúde humana.
Isso resulta na produção de fertilizantes orgânicos do solo, promove a reciclagem de nutrientes, protege o solo da erosão e perda de nutrientes e diminui a necessidade de fertilizantes minerais.
Como compostar?
Existem muitas formas de compostar resíduos orgânicos de forma segura. A medida que vamos entendendo que condições são necessárias para garantir que os resíduos se degradem de forma segura (sem gerar odores, nem atrair animais como ratos e moscas), podemos criar estas condições de infinitas formas.
Para informações mais completas sobre o tema, acesse a publicação Compostagem Doméstica, Comunitária e Institucional de Resíduos Orgânicos – Manual de Orientação, que apresenta os princípios da compostagem e formas de compostar de forma segura.
Para a compostagem doméstica, outras possibilidades simples são a compostagem em minhocários e a compostagem em baldes, que podem ser feitas até em locais com pouco espaços, como apartamentos.
Aprenda uma forma de compostagem em baldes neste vídeo.
E aprenda uma forma de fazer compostagem em minhocários com os materiais do projeto Composta São Paulo: vídeo e manual.
Nota 1: agrossilvopastoris: árvores associadas com cultivos agrícolas e atividade pecuária. Seu correto manejo possibilita ao mesmo tempo a conservação ambiental, o aumento da produtividade agrícola, o conforto e a maior produção animal, além de melhor qualidade de vida, contribuindo para a fixação do homem no campo.
Você faz compostagem em sua residência ou empresa? Comente. Conte pra gente a sua experiência.